Há pouco mais de 10 anos, quando os robôs utilizados em cirurgias ainda eram pouco difundidos no mundo, havia uma grande discussão a respeito da sua real utilidade. Com alto custo e grandes dimensões, o debate acerca do custo x benefício era caloroso. Porém, ao longo deste tempo, os urologistas que viam o copo meio cheio, acreditaram na tecnologia e identificaram o melhor cenário para sua utilização: a prostatectomia radical. A inovação que havia sido pensada até então para a melhoria dos resultados em cirurgia cardíaca, apontou para o coração mas acertou a próstata!
Hoje, a urologia é a especialidade (juntamente com a ginecologia) que mais utiliza a plataforma robótica, principalmente para os casos de câncer de próstata.
A localização da próstata, situada na pequena pelve – região de difícil acesso devido ao arcabouço ósseo pélvico, reto e bexiga – foi o principal motivo para a disseminação da cirurgia assistida por robô. A amplificação de imagem com recursos 3D, bem como a capacidade de amplitude, destreza e precisão dos movimentos das pinças robóticas permitem a realização de uma cirurgia segura e eficaz numa região inóspita. Tudo isso se traduz num melhor resultado cirúrgico, beneficiando a quem mais interessa: o paciente.
Ainda hoje existe muita discussão se há um real benefício em termos clínicos, comprovados em estudos sérios. De fato ainda não existe nenhuma evidência robusta para tal afirmação. Porém, não há dúvidas de que a capacidade de identificação de estruturas vitais e importantes no organismo gera menos danos aos tecidos locais e o resultado é uma menor resposta inflamatória, que é o desejável em qualquer cirurgia!
Não temos dúvidas de que em poucos anos teremos importantes evidências a favor da tecnologia, e nesse dia, nos questionaremos quanto tempo perdemos!
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