A indicação para a retirada dessa glândula imprescindível para a reprodução humana ocorre quando o paciente é diagnosticado com câncer de próstata. Quer esclarecer suas dúvidas sobre o tema? Leia aqui!

Quem tira a próstata fica impotente?   

A retirada da próstata é conhecida como prostatectomia radical, que pode ser realizada por método convencional ou minimamente invasivos:  

  • Prostatectomia aberta: esta é a cirurgia convencional. É realizada por  meio de uma única incisão longa na pele, abaixo do umbigo;
  • Prostatectomia laparoscópica: cirurgião faz pequenas incisões na parede abdominal e manuseia a cavidade por meio de pinças, sem haver contato direto com órgãos intra-abdominais. 
  • Cirurgia robótica de próstata: é um procedimento minimamente invasivo com uso de braços robóticos controlados pelo cirurgião e amplificação da imagem em 3D. 

Embora a cirurgia seja um dos tratamentos de câncer de próstata de melhor resultado para a cura da doença, a localização da próstata e a intensa rede de nervos e vasos sanguíneos tornam este procedimento desafiador e de alta complexidade. Estas estruturas são cruciais para o funcionamento normal da região pélvica, especialmente a potência sexual e a continência urinária. Durante a cirurgia, muitos feixes poderão ser extraídos junto com a próstata. E de fato isso pode contribuir para o desenvolvimento da disfunção erétil.

 


Preservação da ereção

A capacidade de manter ereção após a cirurgia que tira a próstata vai depender de alguns critérios pré-operatórios: relacionados ao paciente, a doença e o procedimento cirúrgico em si. 

Se o homem já apresenta algum grau de prejuízo erétil ainda antes da cirurgia, a chance de recuperação após o ato operatório é bastante reduzida. Assim como a capacidade de recuperação é menor quanto maior a idade. Por outro lado, indivíduos mais jovens poderão recuperar a atividade sexual com mais rapidez. 

Fatores relacionados ao grau de agressividade da doença também irão interferir na possibilidade de preservação de uma maior quantidade de feixes neurovasculares. Em casos mais brandos, realiza-se uma cirurgia preservadora de nervos. Nestes casos, uma grande parte dos pacientes recupera a ereção em poucos meses pós operatório. 

Neste aspecto, a cirurgia robótica agregou valor em relação à cirurgia aberta. A visualização mais aguçada e ampliada, bem como a delicadeza dos movimentos no procedimento robótico permite uma ampla preservação de vasos sanguíneos, estruturas e nervos essenciais para as funções do organismo.

Porém, se o câncer estiver em um estágio mais avançado e crescendo de forma muito mais próxima aos feixes, é praticamente inevitável retirá-los no momento da prostatectomia radical.

Mudanças na ejaculação

Tirar a prostata causa impotencia

Nos casos em que a potência sexual é mantida ou recuperada, é importante esclarecer algumas mudanças esperadas na quantidade do ejaculado. A sensação do orgasmo será a mesma, porém, não haverá ejaculação de sêmen. Isso porque as glândulas que produziam uma parte do líquido foram removidas durante a cirurgia. 

Além disso, a capacidade de ereção também varia de homem para homem. Portanto, é sempre muito saudável manter um diálogo esclarecedor com o médico antes da realização da cirurgia.

Apesar disso, é importante lembrar que o principal objetivo do tratamento é remover uma doença maligna capaz de matar. Portanto, a decisão de realização ou não do tratamento baseada em questões como a vida sexual é importante, porém, não primordial. Além disso, há abordagens médicas que poderão ajudar na questão da disfunção erétil de pacientes operados.

Tirar próstata: abordagens para disfunção erétil

Se a complexa rede de nervos responsáveis pela ereção não puder ser preservada ao tirar a próstata e o paciente evoluir com disfunção erétil pós-operatória, algumas abordagens terapêuticas podem ser realizadas. 

Primeiramente, é preciso entender que a recuperação da ereção leva um período variável, podendo durar cerca de 2 anos. 

Para auxiliar a reabilitação peniana, algumas medidas devem ser tomadas de forma precoce:

  • Medicamentos a base de inibidores da fosfodiesterase-5 (PDE5): tão logo retirada a sonda, o uso de baixas doses desta classe de medicação auxilia na oxigenação da musculatura peniana.
  • Dispositivos de vácuo: o mecanismo de sucção promovido pelo vácuo permite aumento do fluxo sanguíneo nos corpos penianos. 
  • Além destas medidas, a utilização de medicações injetáveis intracavernosas tais como prostaglandinas e papaverina (alprostadil, bimix, trimix, caverject) podem ajudar na recuperação.
  • Implante de prótese peniana: se outros métodos não resolverem, as próteses penianas são medidas definitivas para restaurar a atividade sexual. O implante é feito por meio de um procedimento cirúrgico e as próteses podem ser infláveis ou semi-rígidas.

O certo é que tratar o câncer de próstata o quanto antes, inclusive por meio de cirurgia, é uma das maneiras mais eficazes para curar a doença, que chegou a atingir quase 70 mil homens no ano passado. Além disso, vale lembrar que esse é o tumor maligno que mais faz vítimas entre os homens. 

 


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