Um paciente de meia idade do sexo masculino que vai na consulta do urologista certamente ouvirá falar do antígeno prostático específico.

Com o conhecimento atual existente nas redes sociais e internet, o PSA (Antígeno Prostático Específico) tem sido tema de artigos e posts sociais. Você sabe quando e por que esse exame é pedido?

Neste artigo você vai ver:

• O que significa antígeno prostático específico?
• Outros problemas que podem provocar aumento do PSA
• Quais são os níveis do PSA?
• Orientações para a realização do exame

O que significa antígeno prostático específico?

O antígeno prostático específico é uma glicoproteína produzida apenas pela próstata. É encontrada no sêmen e também poderá ser detectada na corrente sanguínea em pequenas quantidades. A principal função do PSA é tornar o sêmen mais líquido.

Essa enzima é produzida pelas células normais, mas quando há a presença de alterações na próstata (ex: um tumor ou outros fatores), o nível do PSA aumenta na corrente sanguínea.

O exame de laboratório mede a quantidade de PSA no sangue. Em casos de câncer de próstata o teste é solicitado pelo urologista (médico de próstata) para diagnóstico, monitoramento e controle da doença. Nesse cenário, o PSA visa:

• Detectar possível câncer de próstata (adenocarcinoma acinar usual);
• Aumentar a eficácia no diagnóstico quando outros testes sugerem a possibilidade de um câncer, como o exame de próstata (ou toque retal);
• Avaliar se o câncer pode ter se espalhado para além da próstata;
• Planejar o tratamento;
• Monitorar pacientes que estão sendo tratados com vigilância ativa;
• Descobrir se os tratamentos estão surtindo efeito;
• Detectar a volta de um câncer após um tratamento.

Outros problemas que podem provocar aumento do PSA

Mas não é apenas um câncer de próstata que provoca o aumento dos níveis do PSA. Uma alteração no exame, especialmente uma relação favorável entre o antígeno prostático específico livre e total (ex: > 15%) pode ser motivada por fatores não malignos, como:

• Aumento da idade;
• Hiperplasia benigna da próstata (HPB ou aumento benigno da próstata);
• Retenção urinária aguda;
• Irritações no trato urinário, provocados por procedimentos (biópsia ou RTU de próstata);
• Prostatites (inflamação e infecção da próstata);
• Estimulação da próstata (atividade sexual ou outros estímulos na região perineal, como andar de bicicleta).

Quais são os níveis do PSA?

O resultado do antígeno prostático específico costuma ser apresentado por nanogramas de PSA por mililitro (ng/ml) de sangue.

Para a interpretação do resultado, alguns fatores devem ser levados em consideração, tais como idade do paciente, situação clínica e momento da coleta. Desta forma, não há um valor ideal padrão considerado normal para todos os homens.

•  No caso do antígeno prostático específico total, valor maior do que 4,0 ng/ml em homens com idade superior a 60 anos e maior do que 2,5 ng/ml em adultos jovens suscitam uma maior investigação. 
• Já o antígeno prostático específico livre, que é uma fração do PSA total, pode ser usado na diferenciação entre um aumento relacionado ao câncer ou HPB;
• PHI score (Índice de Saúde Prostática): vai indicar a possibilidade de desenvolvimento de um câncer com base nos parâmetros de frações do PSA;
• Exame 4K score: serve para aumentar a acurácia e definir se de fato estamos diante de um tumor agressivo. Avalia 4 isoformas do PSA.

É possível dizer que quando os índices estão entre 0 e 2,5 ng/ml o exame é considerado normal. Mas outros fatores como idade, etnia, atividades estimuladoras da próstata e até uso de medicamentos poderão alterar essas métricas.

Por exemplo, em homens um pouco mais velhos, a quantidade de antígeno prostático específico no corpo poderá ser maior do que em homens de 40 anos, sem, no entanto, representar a presença de um câncer.

Ainda assim, quando os resultados do PSA estiverem próximo ou acima de 10 ng/ml, é preciso um olhar ainda mais cuidadoso. 

Embora de grande relevância, o exame de PSA será um dos elementos que ajudará o médico a compor um diagnóstico, pois, em alguns casos, poderá coexistir um tumor na próstata sem provocar aumento dessa enzima no sangue.

Pelos dados do American Cancer Society (ACS), instituição norte-americana que estuda cânceres de vários tipos, 15% a 20% dos homens com um PSA considerado baixo podem ter a doença.

Orientações para realização do exame

Para quem vai medir a dosagem de antígeno prostático específico (PSA), é preciso seguir algumas orientações antes da realização do exame, evitando desta forma os chamados resultados ‘falso-positivos’. Confira algumas delas:

• Não manter relações sexuais ou ejacular 48 horas antes do teste;
• Não ter feito exame de toque retal ou sondagem uretral 2 dias antes do exame;
• Não ter realizado exame endoscópico da bexiga em menos de 5 dias antes da coleta de sangue;
• Não ter praticado atividades como equitação, ciclismo ou passeio de motocicleta nas últimas 48 horas;
• Não ter feito uso de supositórios 3 dias antes.

Embora esses cuidados não eliminem totalmente também resultados falso-negativos (que é quando existe o câncer, mas o nível do PSA é considerado normal), não é possível descartar a realização do PSA em nenhum caso. 

A checagem do PSA deverá estar sempre presente em “parceria” com outros exames de diagnóstico, principalmente para não gerar falsas esperanças no paciente e na família por falta de uma checagem mais apurada.

É sempre importante lembrar que homens acima de 50 anos precisam frequentar o urologista com regularidade, porque é a partir desta idade que a incidência do câncer de próstata aumenta.

Mesmo que não tenham sintomas como diminuição na força do jato de urina, aumento da atividade miccional, dificuldade de urinar, retenção urinária ou sangue na urina (que costumam estar relacionados a outras doenças urológicas), nessa idade em diante o médico deverá solicitar a coleta do antígeno prostático específico (PSA) soro / sangue e realizar o exame de toque retal. Com esses testes simples, a capacidade de detecção de um tumor em fase inicial pode chegar a 90%!