Adenocarcinoma acinar na biópsia de próstata: e agora?

Quando o urologista solicita uma biópsia da próstata e o laudo aponta um adenocarcinoma acinar usual, o que isso quer dizer?

A biópsia de próstata costuma ser solicitada pelo médico após a detecção de algumas alterações nos exames iniciais da próstata. Serve para descartar ou dar certeza do diagnóstico de um câncer de próstata e tratamento a partir de seus estágios.

Vamos entender melhor o que é adenocarcinoma acinar da próstata?

O que é adenocarcinoma de próstata?

Após a biópsia da próstata, quando for constatado o câncer, o patologista vai determinar o estágio em que a doença está a partir das amostras coletadas. Neste relatório pode constar as palavras “adenocarcinoma de próstata”.

Adenocarcinoma é um tipo de câncer que se origina nas células glandulares e pode afetar órgãos como estômago, pâncreas, útero, mamas, pulmões, intestinos e próstata.

O adenocarcinoma acinar usual é o mais comum encontrado na próstata.

O adenocarcinoma de próstata é um tumor maligno. Pode se apresentar num amplo espectro de agressividade, desde muito brandos até muito agressivos com capacidade de gerar metástases.

Para um homem ser acometido por um adenocarcinoma acinar usual de próstata (o nome científico do câncer de próstata) , os principais fatores de risco já amplamente conhecidos são o histórico familiar e longevidade.

Adenocarcinoma acinar usual: Gleason 

A biópsia de próstata retira vários fragmentos do tecido que serão analisados de um a um. A avaliação feita pelo médico patologista determina o grau interno de agressividade do câncer através do escore de Gleason (veja abaixo), no qual são avaliadas características microscópicas das células, e que por sua vez determinam a classificação definitiva determinada pela Sociedade Internacional de Uropatologia (ISUP).

Esse escore classifica a doença em graus 1 a 5, a saber:

  • Adenocarcinoma acinar grupo 1 (ISUP 1): compreende os achados de Gleason até 6 na soma total (ex: 3+3). A arquitetura das células malignas está muito semelhante ao das células normais da próstata. Isto se traduz num potencial agressivo menor.
  • Adenocarcinoma acinar grupo 2 (ISUP 2): compreende os achados de Gleason 7, sendo que a soma deve ser 3+4. Já começam a apresentar mais anormalidades em relação ao padrão das células comuns do tecido;
  • Adenocarcinoma acinar grupo 3 (ISUP 3): semelhante ao anterior, porém a característica do Gleason é 4+3. O potencial de agressividade aumenta.
  • Adenocarcinoma acinar grupo 4 (ISUP 4): neste grupo, as células se apresentam deformadas, com alto grau de agressividade. O Gleason poderá apresentar um padrão número 5, desde que a soma seja 8 (ex: 4+4, 3+5 ou 5+3). 
  • Adenocarcinoma acinar grupo 5 (ISUP 5): aqui se encontram as células mais anômalas com o mais alto potencial de agressividade de todos. Gleason 9 ou 10.

Explicando o sistema de Gleason:

Como os cânceres costumam ter diferentes graus em áreas diversas, são atribuídas 2 notas para as duas principais áreas anômalas encontradas na amostra da biópsia. Essas duas notas vão dar a pontuação de Gleason. A nota mínima da soma é 6 e a nota máxima é 10. Quanto mais baixa a nota, menor a agressividade potencial do tumor.

Por exemplo, no relatório que constar “adenocarcinoma acinar usual da próstata Gleason 6 (3+3)”, significa que duas áreas tiveram a nota 3 e o total foi 6.

Já relatórios que apresentam dados como “Adenocarcinoma Gleason 8 (4+4)” ou “Gleason 9 (4+5)”, representam maiores potenciais de agressividade do câncer.

Qual é o tratamento do adenocarcinoma acinar usual da próstata?

O tratamento do câncer de próstata é determinado por uma série de fatores que em conjunto classificarão a doença em riscos potenciais de desenvolvimento e geração de metástases. A determinação do escore de Gleason de forma isolada não é capaz de definir o tratamento. Porém, um adenocarcinoma acinar com escore de  Gleason mais baixo apresenta potencial de cura maior.

Baseando-se no critério clínico (exame de toque), no valor do PSA e no resultado da biópsia, poderemos lançar de um vasto arsenal terapêutico, desde vigilância ativa, passando por radioterapia e HiFU, até a realização da prostatectomia radical, a cirurgia robótica da próstata para retirada da glândula.

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