De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de próstata é o mais comum entre os homens, mas, apesar de todas as campanhas de prevenção e da importância do exame de próstata, ainda há muito preconceito sobre esse assunto.
Esse teste clínico é um tema frequentemente rodeado por mitos e equívocos que geram apreensão por parte dos homens.
Para entender mais sobre o tema, selecionamos várias questões para que você possa conferir os principais mitos e verdades sobre os exames diagnósticos do câncer de próstata. Confira e cuide melhor de sua saúde!
O que é exame de próstata?
Os exames de próstata referem-se a procedimentos médicos utilizados para avaliar a saúde da glândula prostática, um órgão fundamental do sistema reprodutivo masculino.
O método mais conhecido é de toque retal, realizado através do ânus com o dedo indicador do médico, para possibilitar a palpação da estrutura da glândula.
Outro teste comum é o exame de próstata PSA (antígeno prostático específico), que envolve a análise de uma amostra de sangue para verificar a presença de uma glicoproteína produzida pelo órgão.
Ambos técnicas têm como objetivo detectar precocemente possíveis problemas, incluindo o câncer de próstata, possibilitando tratamentos eficazes e aumentando as chances de recuperação.
Se houver alterações nessas análises, o profissional pode solicitar outros tipos de exames, como medição do jato de urina, ultrassonografia, ressonância e biópsia, para fazer uma melhor investigação de possíveis tumores, que podem ser malignos, e de condições mais sérias na próstata.
Como é feito o exame de próstata?
Muitos homens ainda têm dúvida sobre como o exame de próstata é realizado. A maior parte dos questionamentos está ligado ao exame de toque retal: se ainda é necessário, como é realizado e, principalmente, se é doloroso.
O toque da próstata é um teste muito rápido (dura cerca de 5 segundos), e ao contrário do que muitos indivíduos pensam, é indolor. Desse modo, não há motivos para ter receio ou deixar de fazê-lo.
Já o exame de sangue para próstata, conhecido como PSA, é realizado a partir da punção de uma veia periférica. Para ter um resultado mais fiel, é preciso seguir algumas recomendações, tais como:
- Não praticar atividades físicas intensas;
- Estar em abstinência sexual;
- Não ter passado pelo exame de toque retal nas últimas 72 horas.
Aliás, esse teste é importante marcador, pois quando o nível de proteína está alto, há chances da existência de alguma patologia.
Dessa forma, no exame são avaliados o valor total e a densidade do PSA, a relação entre PSA total e livre e a adaptação dos parâmetros em função da idade.
Qual médico faz exame de próstata?
Outra grande dúvida é sobre quem faz exame de próstata. O médico urologista é o responsável por diagnosticar e tratar doenças do sistema urinário, que inclui órgãos, como a bexiga e os rins, e canais, como a uretra e os ureteres.
Para problemas desse tipo, tanto homens quanto mulheres devem procurar o profissional.
O urologista também é habilitado para cuidar do sistema reprodutor masculino, que inclui a próstata, testículo, pênis, vesículas seminais, ductos deferentes e epidídimos; assim como o ginecologista trata das questões do sistema reprodutor feminino.
Além disso, esse profissional também é incumbido de realizar diagnósticos e tratar problemas relacionados às adrenais, também chamadas de glândulas suprarrenais, que produzem hormônios importantes como a adrenalina e o cortisol.
Muitos pacientes confundem o urologista com o coloproctologista. O médico coloproctologista também realiza exame de toque retal, porém, sua finalidade é avaliar hemorroidas e anormalidades da região intestinal, mais especificamente doenças do reto.
Quando fazer exame de próstata?
A frequência e a idade para exame de próstata podem variar de acordo com diversos fatores, como a idade, histórico médico e condições de risco individuais.
Em geral, a Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens a partir dos 50 anos discutam com seu médico a realização do exame de toque retal e do exame de PSA.
Para aqueles com histórico familiar de câncer de próstata ou outros fatores de risco, essa conversa pode ocorrer a partir dos 45 anos. Em casos de maior risco, como histórico familiar de câncer de próstata avançado em parentes de primeiro grau, a avaliação pode começar ainda mais cedo, por volta dos 40 anos.
É importante ressaltar que a decisão de realizar os testes deve ser individualizada, baseada em uma conversa aberta entre o paciente e o especialista, considerando os benefícios e possíveis limitações dos diferentes métodos de rastreamento.
O que é verdadeiro ou falso sobre o exame de próstata?
Embora haja extensa divulgação sobre as principais formas de prevenção contra o câncer de próstata, ainda há muitas informações equivocadas que dificultam uma maior adesão dos homens.
Por exemplo, o toque retal é um exame simples e rápido, que contribui para detecção de problemas nesta região do corpo masculino, entretanto, muitos temem este momento e o assunto é cercado de preconceitos.
Com isso, é primordial informar-se corretamente, principalmente porque o homem que faz os exames de próstata regularmente tem muito mais chances de cura, caso detecte a doença.
Continue a leitura e tire suas dúvidas sobre esse tema tão relevante.
Mitos e verdades sobre o câncer de próstata
O câncer de próstata é um tema rodeado por diversos mitos e verdades que podem influenciar a percepção das pessoas sobre essa condição. Vamos explorar alguns dessas incertezas:
Poucas pessoas morrem com câncer de próstata?
Mito.
Engana-se quem pensa que a taxa de mortalidade pelo câncer de próstata é baixa. Segundo dados do Inca, 25% dos pacientes diagnosticados com essa doença morrem.
O câncer de próstata só atinge idosos?
Mito.
A doença é mais comum em idosos (75% dos casos ocorre a partir dos 65 anos), porém, também acomete homens mais jovens. É possível que ele se manifeste a partir dos 50 anos ou até mesmo antes, se houver caso na família.
Sendo assim, é essencial que todos os indivíduos passem a realizar exames por volta dos 50 anos, para que os tumores possam ser diagnosticados e tratados de forma precoce.
Se houver casos em parentes de primeiro grau, recomenda-se começar a rotina de exame de próstata antes, com 45 anos ou até mesmo aos 40 anos de idade.
Mesmo sem indícios de câncer, o exame deve ser feito periodicamente?
Verdade.
Dada a gravidade do problema, é essencial que o homem faça um acompanhamento anual mesmo quando os primeiros exames apresentam resultados negativos. Dessa forma, se o câncer começar a se desenvolver, é possível identificá-lo logo no começo e evitar maiores problemas.
Homens negros têm mais chance de ter câncer de próstata?
Verdade.
Ainda não se sabe o porquê, mas homens negros apresentam mais chances de desenvolver a patologia. Além disso, a doença também costuma ser mais agressiva.
Por isso, é de suma importância a realização do exame de sangue da próstata e outras análises antes dos 50 anos (preferencialmente a partir dos 45 anos).
O câncer de próstata acabará com a minha vida sexual?
Mito.
Em alguns tipos de tratamentos para a doença, as fibras nervosas que a rodeiam e controlam a capacidade de ereção podem ser afetadas.
A extensão desse comprometimento depende de uma série de fatores, como localização, tamanho do tumor e do tipo de tratamento realizado.
A capacidade de recuperar o controle da função erétil também depende da idade do paciente e se já apresentava problemas de ereção antes da cirurgia.
A atividade sexual aumenta o risco de desenvolver câncer de próstata?
Mito.
Diversos estudos médicos realizados nos Estados Unidos e Austrália com mais de 51 mil homens que relataram ejaculações mais frequentes demonstraram que eles tinham um risco menor de desenvolver câncer na glândula.
A explicação para esse fato foi divulgada na European Urology revelou que a ejaculação frequente influencia a expressão de 409 genes distintos e altera seis processos biológicos, apoiando a hipótese da estagnação da próstata.
Não existe histórico de câncer de próstata na minha família, logo minhas chances de ter a doença são mínimas?
Mito.
Apesar de um histórico familiar dobrar as chances de ter a doença, 1 em cada 6 homens serão diagnosticados com câncer de próstata.
No entanto, o histórico familiar e genético desempenha um papel importante nas chances de um homem desenvolver a patologia.
Um homem cujo pai teve a doença, é duas vezes mais propenso a desenvolvê-la. O risco é ainda maior se o câncer foi diagnosticado em um membro da família em uma idade mais jovem (menos de 55 anos), ou se isso afetou três ou mais familiares.
Não apresentar nenhum sintoma, significa não ter câncer de próstata?
Mito.
O câncer de próstata é um dos cânceres mais assintomáticos. A grande maioria dos pacientes não manifesta nenhum sintoma de doença. Muitas vezes, os sinais podem ser confundidos ou atribuídos a outras patologias.
Os sintomas são frequentemente detectados pela primeira vez durante um check-up de rotina.
Desconfortos miccionais, incluindo necessidade frequente de urinar, dificuldade em iniciar ou interromper a micção, fluxo fraco ou interrompido de urina estão comumente associados a outra alteração na próstata, a hiperplasia, uma doença benigna.
Se tiver qualquer um destes sintomas, procure seu médico para diagnóstico e tratamento se for necessário.
O exame PSA é específico para diagnosticar câncer?
Mito.
O exame de próstata de sangue mede os níveis do antígeno prostático específico na glândula, não o câncer. O PSA é uma substância produzida naturalmente pelo órgão e elevações podem estar relacionadas a uma série de alterações prostáticas, incluindo infecção ou inflamação (prostatite), alargamento da próstata (hiperplasia benigna) ou câncer.
O exame de PSA é o primeiro passo no processo de diagnóstico para o câncer. Ele faz a detecção da doença em estágios iniciais, quando é possível ser tratada. Estudos mostram que o rastreamento da próstata salva a vida de 1 homem a cada 12 que o realizam.
Ter um PSA alto significa ter câncer de próstata?
Mito.
O PSA é uma substância produzida pela glândula de forma habitual. Dessa forma, seu nível elevado não significa que o câncer esteja presente. Uma doença benigna da próstata, como por exemplo, infecção ou hiperplasia podem fazer que maiores quantidades de PSA entrem na corrente sanguínea do homem.
A decisão de realizar uma biópsia da próstata deve estar baseada não só no PSA e nos resultados do exame físico. Devemos também levar em conta outros fatores, incluindo a idade do paciente, histórico familiar, etnia, outros exames de PSA anteriores e doenças concomitantes.
Ter um PSA baixo, significa não ter câncer?
Mito.
A dosagem do PSA pode ser útil no diagnóstico do câncer de próstata, porém, ele é apenas uma peça do quebra-cabeça. Assim como um número alto não significa necessariamente que você tenha a doença, um número baixo não é capaz de excluí-la.
Para ter um quadro mais completo da saúde da sua glândula, você deve realizar: o PSA, o exame de toque retal e eventualmente alguns exames complementares, como ultrassom ou biópsia.
O exame de toque retal permite ao seu médico examinar o órgão e determinar se existe alguma alteração fora do normal e a biópsia mostra se as células possuem alterações compatíveis com câncer.
O exame de toque retal não é necessário se eu fizer o exame PSA?
Mito.
O exame PSA é mais eficaz quando feito junto com o exame de toque retal. A capacidade de detecção de um câncer chega a 90% quando esses dois métodos são realizados.
Um aumento da próstata é um sinal de câncer?
Mito.
O aumento da próstata não tem relação com o câncer. Os sintomas incluem a incapacidade de esvaziar completamente a bexiga, a necessidade frequente de urinar durante a noite e jato fraco.
O tamanho normal da próstata no adulto jovem é de 15 a 20g. À medida que envelhecem, a próstata cresce e isso não aumenta o risco de câncer.
O câncer de próstata é um câncer de crescimento lento, por isso, não me devo preocupar?
Mito.
Existem diferentes tipos de câncer de próstata, alguns de crescimento muito lento e outros mais agressivos.
Uma vez confirmado o diagnóstico da doença após a biópsia, o médico tem condições de caracterizar o potencial de agressividade do tumor e fazer recomendações para o tratamento com base em vários fatores, incluindo a idade do paciente e seu estado de saúde geral.
Existem muitos tipos de tratamentos disponíveis e uma abordagem não serve para todos os casos. Os pacientes precisam entender a complexidade do seu caso específico e tomar decisões em conjunto com seu urologista.
Todos os casos de câncer de próstata necessitam de tratamento?
Mito.
Nem todos os tipos de câncer de próstata requerem tratamento imediato. O tratamento depende da idade, do estadiamento do tumor, da quantidade de células cancerígenas no tecido da biópsia, dos sintomas apresentados e do estado de saúde geral do paciente.
Homens diagnosticados com câncer devem conversar com seu médico sobre a necessidade e tipo do tratamento. Alguns indivíduos podem necessitar de tratamento ativo e imediato, que pode incluir: cirurgia ou radioterapia, e outros são candidatos a uma vigilância ativa.
A vigilância ativa é uma forma de monitoramento rigoroso do paciente e da doença ao longo do tempo, intervindo quando necessário. Antes de iniciar qualquer abordagem, converse com o seu médico sobre os riscos e benefícios para que você possa tomar uma decisão consciente sobre o que é melhor para seu caso.
A vasectomia causa câncer de próstata?
Mito.
Estudos recentes mostram que a vasectomia não é um fator de risco para o câncer de próstata.
O câncer de próstata é contagioso?
Mito.
A patologia não é uma doença infecciosa ou contagiosa. Isso significa que não há nenhuma chance da enfermidade ser transmitida através de contato ou respiração para outras pessoas.
O tratamento do câncer de próstata sempre causa impotência?
Mito.
A principal forma de abordagem terapêutica do câncer de próstata – tratamento cirúrgico – bem como as demais terapias curativas possuem efeitos adversos. Cerca de metade dos homens com boa função sexual antes do tratamento terá uma boa função após realizá-lo.
Alguns homens podem evoluir com impotência sexual transitória (com recuperação completa dentro de alguns meses), ou definitiva.
No entanto, à medida que os indivíduos envelhecem, há um aumento na disfunção sexual naturalmente, e desta forma a idade por si só é um importante fator prognóstico.
O tratamento do câncer de próstata sempre causa incontinência urinária?
Mito.
Assim, como com a função sexual, os homens também se preocupam com a incontinência urinária como uma consequência do tratamento do câncer de próstata. Cerca de 10 em cada 100 homens tratados apresentaram incontinência urinária moderada.
Novamente, a idade exerce influência – os pacientes mais jovens geralmente evoluem melhor. Atualmente, estão disponíveis alternativas clínicas e cirúrgicas tanto para os problemas da função sexual quanto da incontinência urinária gerados pelo tratamento da doença.
O tomate previne câncer da próstata?
Mito.
Ainda não existem evidências fortes o suficiente para afirmar isso. Estudos de menor impacto, no passado, sugeriam que vários componentes da dieta mediterrânea teriam capacidade de reduzir o risco de câncer da próstata.
Nenhum estudo clínico robusto comprovou essa capacidade. Devemos lembrar que o câncer de próstata tem fatores genéticos e variáveis ainda não completamente conhecidas, o que dificulta conclusões envolvendo a prevenção.
Adotar hábitos saudáveis, principalmente, atividade física regular e controlar o peso, consegue reduzir o risco de desenvolvimento de inúmeros tipos de câncer, incluindo o de próstata.
A alimentação interfere nas chances de desenvolver a doença?
Verdade.
Hábitos de vida saudáveis, aqueles que melhoram a eficiência do seu sistema imunológico, ajudam a controlar as células cancerosas. Lembre-se que o sistema de defesa é uma espécie de faxineiro que elimina as células defeituosas, evitando que se desenvolvam fora do controle no organismo.
No caso específico dos tumores da próstata, o estresse oxidativo do organismo gerado por certos tipos de alimentos pode favorecer o aparecimento e crescimento do problema.
Sendo assim, não deixe de cuidar de sua saúde e realize exames periódicos. Procure saber sobre a incidência do câncer em sua família. A partir disso, procure um médico urologista para tratar do assunto e passe a fazer o exame de próstata anualmente.
Adote hábitos saudáveis: alimente-se com equilíbrio e pratique atividade física regularmente. Controle seu peso, evite fumar e beber em excesso. Cuide-se e ame a vida.
Exame de próstata é com o Dr. Paulo Maron
Agora que você já sabe qual médico que faz exame de próstata, é válido lembrar que o Dr. Paulo Maron é especialista nos tratamentos relacionados às condições da próstata.
A sua abordagem visa dar assistência individualizada e global ao paciente e não apenas nos órgãos que adoecem. Por isso, o Dr. Paulo Maron está sempre centrado no paciente, com o objetivo de sanar suas dúvidas e reduzir as suas ansiedades, além de oferecer tratamentos de alta qualidade, com foco no bem-estar dos seus atendidos.
Se você está com problemas neste órgão ou deseja entender um pouco mais sobre a próstata e sua relação com o câncer, procure o Dr Paulo Maron, pois ele terá um tratamento baseado em suas necessidades.
Parabéns
Muito bom e esclarecedor esse conteúdo. Que Deus a todos abençoe.
Excelente conteúdo, muito completo e esclarecedor sobre as maiores duvidas existentes sobre o tema. Parabéns
Muito esclarecedor!
A excitação sexual, sem ejaculação, pode alterar o valor do PSA?
A simples excitação sexual, sem chegar à ejaculação, pode alterar o resultado do PSA?